sexta-feira, 28 de maio de 2010

Flash





Nenhum ser é tão fraco que não consiga alcançar o topo, nem tão forte que o consiga ultrapassar,

Adriana Amaral

quarta-feira, 26 de maio de 2010

R.




" Sou um ser que odeias
                         mas que gostas de amar
                                                  Sou um barco perdido
                                                                            à deriva no mar "

domingo, 23 de maio de 2010

Dias Assim..


17 anos completados hoje.


Tu sabia-lo.

00:00, o meu corpo extasiado e inquieto nos lençóis, aguarda pela chegada de um qualquer sinal teu.

00:05 Ainda não chegou. “ Já deve estar a descansar ”, pensei.

00:07 Agradeci a simpatia de todos aqueles que se lembraram.

3:00 O telefone não não toca. “ É melhor ir deitar-me também, vou aguardar ”.

9:00 Acordo com um beijo daquela que me deu a vida e agradeço-lhe por o ter feito.

9:02 Agarro o telefone como um animal de apetite voraz agarra a presa.

E nada.

Prontamente uma reacção involuntária apodera-se de mim.

E choro.

As horas passam e tento esconder a dor com sorrisos forçados lançados aqueles me querem bem.

19:30 O dia passado em casa.

Fechada no meu quarto não estou a conseguir controlar a dor.

E ela sufoca-me.

19:36 Inconscientemente e por momentos sem qualquer ponta de dubiedade agarro no telefone e envio-te aquela que seria a primeira mensagem de semanas a tentar resistir-te.

“ Parabéns a mim? ” digo-lhe.

19:37 Aguardo um sinal teu.

19:38 Não respondes…

19:39 Já não vais responder.

20:00 Não sou mais eu. A mágoa estendeu-me a mão. Aceito o convite.

20:06 Começo a escrever.

20:25 Dou este dia por terminado. Não o fizeste, já não o farás. Sinto-me fraca, cansada…

Não o fizeste. Mas tu sabia-lo.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Veneno em mim..


Deveras que são diferentes, contudo as virtudes de um cobrem o vício e a fraqueza de espírito do outro.
Não, não chamo a isto dubiedade.
Num deles, procuro a paz, a segurança que me exalte o propositado ócio deste coração meio parado! Noutro, tudo aquilo que ele um dia tão bem já me soube dar. Num deles procuro explorar o que ainda não descobri, partir e soltar a mão do meu “ eu ” acanhado que tem sido o meu forte para derrubar fantasmas passados.
Ofegantemente anseio por rapidamente colocar aqui a nu todas as virtudes daquele outro por quem este meu idiota coração insiste em querer bater.
Imbecil! Digo agora…
Ladrão de sorrisos, veneno que nunca mais se deixou tomar…

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Este corpo...



 Este corpo, carne já pútrida sem ti, eras luz, eras matéria que me preenchia, e inteirava a alma. Tudo se perdeu. Porque escrevo tanto sobre ti? Tu que nesta página és a mais pura incógnita, tu que és apenas aquele que incute em mim a necessidade de escrever.
E escrevo.
Aprendo agora a estar comigo mesmO frente a ti, tornamo-nos “ nós ” no meio deles. Eles, os nossos, aqueles que partilhamos, amizades que assistiram ao começo e ao fim do nosso singular capítulo.
 Estranho.
 Adoptamos a invisibilidade como forma de escapar aos fantasmas que teimam em trazer-nos memórias do que passou.
 Tudo valeu a pena. 
Tardes que passaram sem testemunhas que pudessem trazer consigo a verdade e a razão do que partilha-mos…
Por momentos que seja e quando esse contumaz e pirrónico orgulho permitir diz-me que te venho à lembrança, por  momentos que seja diz-me que te lembras de mim, por momentos que seja diz-me que prometes a ti mesmo que ficarei para sempre aí dentro, por momentos que seja diz-me que sim…

domingo, 16 de maio de 2010

sábado, 15 de maio de 2010


Há em mim um prurido que me sufoca, me aperta a alma já em permanente desespero.
Foram noites as que passei a chorar sem conseguir dormir, foram noites aquelas em que me deitei tão feliz que mal conseguia fechar os olhos. Opostos similares.
Dá-me a mão, não me faças cair mais fundo que o fundo da própria queda, dá-me asas, voa comigo, dá-me tudo de ti. Os sorrisos jamais foram os mesmos desde o ultimo toque, diz-me que me queres, tornar-no-emos um só de novo.
Saudades dessa casa, saudades desse quarto, saudades de ti, saudades da desordem que provocávamos, saudades de ti, saudades da nossa cumplicidade, saudades de tudo, saudades de ti.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Mais um dia

Acabo de assistir a mais um ocaso do grande astro que se deitou.
Tenho a alma quieta. Serenamente vou recordando mais um dia daquilo a que chamam vida.
Não, não me sinto bem, tenho qualquer coisa a atormentar-me.
A insegurança apodera-se de mim e começam de novo a surgir recordações. Tocaste-me dessa forma…

Mas o teu silêncio, o teu silêncio…



Isso que me corrói aos poucos o espírito, que me dilapida a alma.

Não sou mais eu.
Não quis ver o conspícuo, forcei, perdi.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Simples palavras...












Apenas hoje, deixa-me ser quem tu quiseres por uma noite, beijar-te à chuva, desaparecer contigo sem dar explicações a ninguém, adormecer nos teus braços…



Um dia tudo se moldou aos meus contornos, outrora tudo foi real e possível, foste tanto, em tão pouco tempo.
Acorrentámo-nos um no outro, convictos, desejámos deitar fora a chave, o desejo de nos perdermos mutuamente no corpo de cada um, de colocar a descoberto todo o nosso ambíguo sentimento foi maior e levou-nos a fazer promessas.
Aquela casa foi a única testemunha do que ambos partilhámos. Fomos as únicas personagens de uma história que fomos construindo.

Houve um dia em que a corrente partiu.

Tento falar contigo, respondes-me com silêncio.
Não quero falar de amor, não me importa voltar a saber o que isso é… já nada faz sentido, sou apenas um corpo, a impossibilidade de partilhar todas as minhas juras, promessas, desejos, enlouquece-me.
Existiu em mim uma dor que persistia em querer ficar, uma cascata que criei apenas com as minhas lágrimas. Sei que a nossa cumplicidade se mantém. Hoje, essa dor é menor, a cascata secou, eu sorrio e penso que tudo valeu a pena, pois tudo o que é bom dura o tempo suficiente até ser inesquecível.