quarta-feira, 5 de maio de 2010

Simples palavras...












Apenas hoje, deixa-me ser quem tu quiseres por uma noite, beijar-te à chuva, desaparecer contigo sem dar explicações a ninguém, adormecer nos teus braços…



Um dia tudo se moldou aos meus contornos, outrora tudo foi real e possível, foste tanto, em tão pouco tempo.
Acorrentámo-nos um no outro, convictos, desejámos deitar fora a chave, o desejo de nos perdermos mutuamente no corpo de cada um, de colocar a descoberto todo o nosso ambíguo sentimento foi maior e levou-nos a fazer promessas.
Aquela casa foi a única testemunha do que ambos partilhámos. Fomos as únicas personagens de uma história que fomos construindo.

Houve um dia em que a corrente partiu.

Tento falar contigo, respondes-me com silêncio.
Não quero falar de amor, não me importa voltar a saber o que isso é… já nada faz sentido, sou apenas um corpo, a impossibilidade de partilhar todas as minhas juras, promessas, desejos, enlouquece-me.
Existiu em mim uma dor que persistia em querer ficar, uma cascata que criei apenas com as minhas lágrimas. Sei que a nossa cumplicidade se mantém. Hoje, essa dor é menor, a cascata secou, eu sorrio e penso que tudo valeu a pena, pois tudo o que é bom dura o tempo suficiente até ser inesquecível.

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